sábado, 14 de julho de 2012

Primeiros ensaios


Clique no link e veja um dos primeiros ensaios:




http://www.youtube.com/watch?v=p_UWONWyDYQ&feature=youtu.be

Muquém


Agora pasma dona Candace lê a carta: - Que Olorum nos dê força pra resistir. Que novos Zumbis nasçam de  



nossas entranhas para se fazer cumprir a justiça, sementes foram plantadas mesmo regadas a sangue darão



frutos. Que os orixás nos protejam sempre para novas batalhas. Hoje é tempo de recolher para juntar forças,



sou Dandara de Luanda, filha do rei Kezúlo, sou rainha de Palmares, Palmares, Palmares!


“... Vim de Luanda meu pai é rei Eu sou princesa negra minha Palavra é lei. Vim de Luanda, meu pai é rei, eu sou princesa negra minha palavra é lei. Bate tambor bate atabaque, repica agogô na imensidão... Hoje o decreto diz seja livre e feliz minha palavra é lei...”


E assim todo desfecho desta história: Dona Candace pertencia a quarta geração, ou seja, tataraneta de Candace, primeira filha da rainha Dandara. Tamanha felicidade do povo de Muquém por terem encontrado sua


identidade no lugar que vivia. Dona Candace foi nomeada rainha de Muquém. Agradecida por tamanha


coroação passa seu posto de rainha para sua neta mais nova Dandara, que recebeu esse nome em homenagem
 
a lendária rainha do Quilombo dos Palmares. A jovem capoeirista guiada por Iansã ordena que fosse feita uma grande festa ao rei xangô.






É nesse enredo lúdico, cheio de lendas, crenças e mistérios que a montagem se inspira e concebe um  

espetáculo cuja proposta é despertar no público o interesse em se questionar: O que de fato seria ficção ou realidade?

Quem somos nós? De onde viemos? Quem são nossos antepassados? A que lugar eu pertenço? Porque Muquém existe.

E seu povo ainda vive.


Texto de: Jadiel Ferreira


Trajetória (continuação do enredo)


Dandara teve quatro filhas: Ketula, Aquatune, Zinga 
 e  Candace, constituindo assim um legado de princesas, uma
 corte real. Várias gerações se passaram e as mulheres de
Muquém ficaram conhecidas por sua beleza e bravura, além
 de se destacarem na arte da fabricação de esculturas em barro.

O grande momento dessa história se dá quando as mulheres
desse Mocambo se reúnem para celebração do ritual da fertilidade dedicado a Oxum, construíram um pequeno lago
no centro da tribo para suas oferendas. Ao cavarem e despejarem água, eis que surge do fundo da terra, assim
como um ventre fecundado, um parto, uma moringa e potes revestidos de couro de animal. A notícia logo se espalhou, um
milagre teria acontecido. Era um presente de seus ancestrais.



Dona Candace, curandeiro e uma das moradoras mais antigas de Muquém, respeitada por todos. Quando perguntada sobre o que fazer, ordenou que todos se reunissem, acendesse a fogueira, tocassem os tambores sagrados e cantassem para
 Exu, Ogum, Iansã e Xangô.






Com a sabedoria de seus cabelos brancos pediu que quebrassem os potes. Cientes que teriam ali ouro e
diamantes, o povo fica desapontado com as lanças, roupas e
colares empoeirados pelo tempo, mas o que eles não poderiam imaginar é que teriam sido da rainha de Palmares.
Então dona Candace eleva seu rosto para o céu cantando para
Oxalá, pois um novo tempo estava por vir.

Em suas mãos, segura uma moringa com o formato de um rosto,
grifada com búzios o nome Rainha Dandara. Serena, retira o texto de dentro da moringa. Nele consta o orikí (poema)
contando a origem da rainha Dandara e os nomes que pretendia dar a seus futuros filhos:
Ketula, Aquatune, Isis, Zinga e Candace.

Remanescentes: um reino chamado Muquém

O espetáculo de dança, “Remanescentes: um reino chamado Muquém” tem como fonte de pesquisa a comunidade remanescente de quilombo Muquém, situada na cidade de União dos Palmares em Alagoas. Eles trazem em seus corpos, na oralidade e em seu cotidiano toda ancestralidade afro-brasileira. Descendentes de reis, rainhas e guerreiros que lutaram, resistiram e instituíram o maior símbolo de organização política desse país: o Quilombo dos Palmares.

Nesse contexto o espetáculo mistura  realidade e ficção e realidade contando a história de Dandara, uma rainha guerreira do Quilombo dos Palmares.


  .

Com a invasão e destruição do Quilombo dos Palmares e extermínio sangrento feito com seus guerreiros, amigos e familiares...


Dandara se refugia em Muquém, onde viveu por muito tempo

no anonimato com nome de Nzinga, levando consigo sua

única riqueza e o desfecho de toda essa história:

o orikí[1] de sua família, suas armas de guerra e vestimentas

foram  enterradas por ela em potes de barro e em uma

moringa antropofágicas[2]


no centro do povoado como se fossem oferendas no local,

pois era costume no mês de junho a construção de uma

enorme fogueira para as festas religiosas a Xangô, orixá que

guiava e protegia esse povoado.










O 


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Fragmentos



Do barro se fez gente

Que ao barro voltará!


Xangô Amor




Mas amar é sofrer
Mas amar é morrer de dor
Xangô meu Senhor, saravá!
Xangô meu Senhor!
Mas me faça sofrer
Mas me faça morrer de amor
Xangô meu Senhor, saravá!
Xangô Agodô
Virgínia Rodrigues




domingo, 8 de julho de 2012

Projeto Remanescentes: um Reino chamado Muquém


O projeto, Remanescentes: Um Reino Chamado Muquém, aprovado pelo Prêmio de Cultura BNB edição 2011 tem como fonte de pesquisa a comunidade remanescente de quilombo Muquém. Situada na cidade de União dos Palmares em Alagoas. Seu povo traz em seus corpos e no cotidiano toda ancestralidade afro-brasileira. Descendentes de reis, dos guerreiros e guerreiras que lutaram, resistiram e instituíram o maior símbolo de organização política desse país: o Quilombo dos Palmares. Nesse contexto o espetáculo mistura ficção e realidade criando uma nova e possível versão para a existência de Dandara e de tantas outras mulheres do Quilombo dos Palmares que se refugiaram em Muquém, onde viveram por muito tempo no anonimato instituindo assim, um reino sem rainha. Apresentaremos dois trechos do espetáculo, com a coreografia: Ritual e Intenso amor. 



 

 

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